O forjamento é o processo de dar forma ao aço através do calor e da batida do martelo. É onde a lâmina literalmente “nasce” no fogo. A ideia é aquecer o aço até uma temperatura em que ele fique maleável (geralmente entre 800 °C e 1.200 °C, dependendo do tipo de aço) e, em seguida, modelar a peça com martelo e bigorna.
⚒️ Etapas principais:
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Aquecimento do aço
Colocamos a barra ou tarugo de aço na forja (carvão, gás ou indução) até atingir a cor certa — normalmente um vermelho-alaranjado vivo. Essa cor indica que o aço está no ponto para ser trabalhado. -
Forjamento da lâmina
No martelo e bigorna, o cuteleiro vai alongando, achatando e afinando o aço, criando a espinha, a ponta e o gume da faca.
Aqui já se decide o perfil da lâmina — se será mais robusta (como um facão) ou mais delicada e fina (como uma faca de chef). -
Correção de tensões
Entre os ciclos de martelada, o aço volta à forja para manter a temperatura correta. Isso evita trincas e garante que o metal não perca suas propriedades. -
Normalização
Após dar forma, a lâmina é reaquecida e resfriada lentamente para aliviar tensões internas e refinar a estrutura do aço.
Isso é fundamental para que a faca aguente afiação e impacto sem quebrar. -
Tratamento térmico (Têmpera e Revenimento)
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Têmpera: aquecer até a temperatura crítica e resfriar rapidamente em óleo ou água. Isso dá dureza ao aço.
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Revenimento: reaquecimento leve, para retirar a fragilidade deixada pela têmpera e trazer elasticidade.
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🔑 Por que forjar e não só cortar o aço (stock removal)?
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O forjamento refina o grão do aço, deixando a lâmina mais resistente.
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Permite criar facas únicas, com curvas, texturas e até padrões (como no damasco).
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É um processo artesanal e tradicional, carregando a alma do cuteleiro em cada martelada.